quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Reflexo

O ego está sempre se escondendo, dissimulando...


No lugar de encarar nossa própria obscuridade, refletimos esses aspectos não desejados de nós mesmos nos outros.

Refletir nossas sombras, soa como:

- Ele é tão egoísta!
- Ela se acha!
- Essa gente é idiota!
- Aquele é um fracassado!
- Este cara é esquisito!

Temerosos de nossa falta de valores e de grandeza, inconscientemente o ego olha para fora, vendo esses aspectos nos outros, evitando vê-los em nós mesmos.

Mas o que refletimos são pedaços de nossa obscuridade não reconhecida.

Até que tomemos de volta tudo aquilo que refletimos, que não podemos conviver em nós mesmos, não seremos íntegros, inteiros.

Mas como saber se estamos refletindo? Se são de fato aspectos nossos ou dos outros?

É mais fácil do que parece...

Se nos afetamos emocional ou racionalmente com alguma pessoa ou situação e reagimos acusando, julgando, condenando ou até inocentando com fervor, sem pensar no que nos afetou e como nos afetou... apenas reagindo de forma a afastar aquilo que nos fez mal, isto é reflexo do ego.

O amor aproxima, o medo afasta os outros (mas atrai seres que se alimentam de medos)...

Às vezes ainda, ficamos tão fissurados com a situação, que agimos como se fossemos protagonistas... então as chances são de que estamos sendo vítimas.

Porque, embora possamos estar pensando que estamos nos defendendo (e assim atacando ao outro), somos nós mesmos que estamos sofrendo, que fomos afetados, que ficamos incomodados. Afinal, a visão do outro diz respeito apenas ao outro.

E, ao invés de reconhecermos os aspectos que não gostamos dentro de nós mesmos, acabamos por projetá-los nos outros, até mesmo em pessoas, situações, povos que nem conhecemos.

Não que não existam fatos ou situações que não sejam afim conosco... mas quando agimos reativamente como protagonistas, participantes da situação, dramatizando e não como um observador que pode ou não gostar daquilo, estamos apenas refletindo nosso ego.

Quando não reconhecemos nosso ego, acabamos nos tornando caçadores de culpados... e passamos a julgar a tudo e a todos.



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