domingo, 19 de maio de 2019

Kharma???

De forma muito simplista, racional e pouco profunda (ou, talvez, profunda demais no inconsciente coletivo), costumamos acreditar que tudo que acontece de negativo é kharma (e, no sentido inverso, de positivo seria dharma).
Em muitos casos, acabamos nos acomodando já que ambos costumamos ver como uma forma de "destino", algo que foge completamente ao nosso controle. Mas talvez não seja bem assim... Vejam...
Sabemos da existência da Trindade Divina, os três aspectos da divindade (procuro não usar a expressão "Deus" para tentar não personalizar, individualizar, o que é a essência divina em seus três aspectos, alimentando crenças, se aplicado neste sentido): o Pai, Filho e Espírito Santo (no sentido esotérico), a Sagrada Família (Pai, Mãe e Filho, no sentido exotérico), a divindade imanifestada, a divindade manifestada e a manifestação, ou ainda, num sentido mais orientalista, Vontade, Sabedoria e Atividade.
Em sua contra-partida temos a trindade profana, tão propagada por religiões e muito mais no ocidente: o pecado, a culpa e o medo. Infelizmente, somos em nosso atual evolutivo muito mais afeitos à esta trindade que àquela em nossos pensamentos, ideações e manifestações.
Particularmente no mundo ocidental, atribuímos à palavra kharma toda a carga negativa do que nos acontece de ruim, que afeta nossos egos ou a uma situação específica. Mas, talvez não seja bem assim...
O espírito obedece a regras, leis, que muito mal conhecemos e reconhecemos. O espírito não tem preferências a serem atendidas. Ele é Uno, em seus três aspectos, com as leis divinas. No espírito não existe o pecado, a culpa ou o medo... apenas a necessidade de evolução, de retornar à sua essência oriunda.
Sendo assim, o que chamamos usualmente de kharma, por exemplo, uma doença, pode fazer parte de um processo evolutivo consciente de nosso espírito, muito antes de encarnarmos... antes até da concepção, numa planificação feita de acordo com leis e chanceladas por seres mais evoluídos que nós (conhecidos como Senhores do Kharma no oriente).
No aspecto científico, estes registros são gravados em nosso DNA e, quando encarnados, estão gravados em nós independentemente de nossa memória daquela planificação. É assim que aquela doença se manifesta, para aprendermos alguma coisa que interessa à nossa própria individualidade no aspecto divino. É claro que nosso ego vai gritar. Mas é exatamente esta resistência do ego que temos que suplantar.
No mundo espiritual, o que a ciência chama de DNA, chama-se de registros akáshicos. Na teosofia e na antroposofia, os registros akáshicos são um compêndio de todos os eventos, pensamentos, palavras, emoções e intenções humanas que já ocorreram no passado, no presente ou no futuro. Os teósofos acreditam que eles são codificados em um plano de existência não-físico.
Escolhemos, antes de encarnar, nossos pais, em que condições, meio, condições materiais que nos ajudarão a voltar mais rapidamente para "casa". A palavra "escolhemos", agora me parece inadequada... talvez fosse melhor aplicar "exercemos o poder de nossa vontade divina por afinidade vibratória no mundo espiritual".
Alguns "escolhem" vir obesos, por exemplo, para aprender sobre disciplina, outros, talvez, para aprenderem sobre beleza incondicional.
Pode ser ainda, por exemplo, que uma pessoa, após ter "escolhido" seus pais, após a encarnação, por limitações destes e fora do planificado anteriormente, venham a sentir uma forte rejeição por um deles ou dos dois. O aprendizado: amor próprio.
Mas, vejam... neste caso, que teve causa em fato posterior à encarnação, causado por egos dos pais, não houve uma gravação dos registros akáshicos no DNA do indivíduo. Mas vai ficar impregnado como um bloqueio ao amor naquilo que a psicologia chama de criança do indivíduo e passa a ser outra oportunidade de evolutivo.
O importante nisto tudo é desmistificar a palavra kharma, assumindo integralmente a responsabilidade de nosso próprio evolutivo com amorosidade.
Acreditar no kharma, como vem sendo usado, é praticar a trindade profana por acreditar em culpas. É um bloqueio ao evolutivo, por acreditar em alguma espécie de julgamento que não existe no plano divino, transferindo responsabilidades. Mas a evolução é sempre de dentro para fora e nunca ao contrário.
A crença no pecado só nos fez gerar culpas (próprias e nos outros) e as culpas no passado, fazem-nos ter medo no futuro. São bloqueios desnecessários ao amor.