Prosperidade

É comum ver cursos, empresas, palestras, livros de auto-ajuda vendendo soluções para a prosperidade e abundância como se fosse uma fórmula mental, uma receita que pode ser passada por alguém a outrem.

Deveria causar estranhamento tratar-se do tema relacionando prosperidade com bens materiais, o que, creio, não é equilibrado já que diferentes pessoas têm diferentes objetivos e caminhos, dando significados e pesos diferentes a bens, razão ou emoções, angústias e dores.

Alguns ainda crêem que prosperidade, dentro do escopo materialista, é assunto a ser tratado pela espiritualidade, citando inclusive Mestres, como Sidharta Gautama, o Buda, criador do "Caminho do Meio", mas sem destacarem o fato de que essa filosofia tem por base alinhamento consigo mesmo e meditações profundas antes de alcançarem tal nível de equilíbrio. E, talvez, o fruto venha não do aumento de bens ou renda, mas do controle da personalidade, do ego, o que resulta no mesmo: desapego e prosperidade.

Há diferentes planos de manifestação da prosperidade: físico-material, emocional, mental e espiritual. E o fato de não se estar tendo abundância material não tem nenhuma correlação direta com a espiritualidade. Talvez tenha maior relação com aquilo que o indivíduo deseja, anseia e busca... coisas do ego.

É certo que nós, ocidentais, ainda que não sejamos cristãos, carregamos a crença judaísta de Moisés quanto sacrifícios e privações, tão largamente difundidas no Velho Testamento. É o inconsciente coletivo religioso, alimentado ainda por uma sociedade competitiva, concorrente, que não aprendeu a compartilhar.

As interpretações humanas e limitadas dos ensinamentos bíblicos, crêem no pecado, num deus julgador, que gera culpas e, dessas culpas, advém o medo. A culpa passada gera um futuro de medo.

E é ainda assim hoje em dia, pelo medo, que diversas religiões se proliferam como vírus. Somente nos últimos 25 anos mais de 30.000 seitas novas se apresentaram para resolverem os problemas humanos, quer seja de seus líderes como de seus seguidores, deixando de lado as questões do Divino, mas acrescentando crenças nem sempre muito éticas.

A origem da busca desenfreada pela prosperidade material é a segurança. E a segurança é originada no medo. Há pessoas que passam uma vida toda se planejando para um futuro seguro, mas quando ele chega, sentem um vazio enorme. Isso seria a prosperidade buscada? Imita antes a natureza... ela é próspera e sábia.

Talvez não hajam pecados, mas oportunidades.

Se assim for, quando pedimos paciência em nossas orações, talvez Deus nos presenteie com "oportunidades" de desenvolvermos a nossa paciência. Se pedimos coragem, Deus nos daria coragem ou a "oportunidade" de sermos corajosos? Parece-me mais valoroso pensar nas oportunidades.

Creio que prosperidade é um conceito que faça mais sentido em ser pensado como felicidade, paz interior e superação pessoal em qualquer nível. Aí se alinha a Lei de Evolução.

Talvez o próspero seja aquele que tenha muito a dar...

Particularmente amor.

Sobre o Perdão

Perdoar é necessidade básica para uma vida saudável.

Pensar que alguém deixou em você algum lixo é irreal... é estimular a separação, a raiva, a concorrência, a divergência e o ódio.

Somos nós, com nossos egos, que mantemos lixo em nós mesmos quando nos ofendemos, apenas para aliviar nossas culpas, que consideramos imperdoáveis... e o fazemos culpando ao outro.

Provar isso é bem simples: como poderia sua porção divina se magoar, se ofender, ser atacado ou ameaçado?

Se desejamos mesmo perdoar, comecemos por nós mesmos.

Se desejamos perdoar ao próximo, reconheçamos nele a divindade, a nossa inseparatividade dele e a oportunidade que ele nos dá de conhecermo-nos a nós mesmos, de trabalharmos nossos egos e, dessa forma, elevarmo-nos e evoluir.

Lembremo-nos que não existem culpas ou culpados, mas experimentações.

Liberte-se da crença no pecado e, então, das culpas e do medo e seja um ser livre.

Ninguém tem o poder de deixar lixos em você.

Se você tem seus lixos emocionais, foi porque você permitiu.

E se deixou e permitiu, perdoe-se por isso.

A divindade está em você.

Dar e Receber Amor

Quase todo mundo pensa que sabe receber amor…

Mas, confunde-se a respeito: uma coisa é aceitar o amor que é oferecido, outra seria escolher o que quer receber... E isso não é saber receber o que lhe é ofertado, mas uma forma de controle sobre o outro.

É comum pensarmos em ter um amor de uma forma ou de outra, que seja de um jeito ou de outro, que nos ofereça uma coisa ou outra. Mas quem aceita o que lhe é oferecido, ainda que o que foi ofertado é mais que pediu, pensou ou sonhou?

É... Vem o medo.

Muitas pessoas, inversamente, pensam que dar é mais importante que receber... E pode ser mesmo.

Mas não se esqueçam que para dar basta ter o que se oferece, mas para receber é preciso primeiro ter humildade e aceitação. E isso nunca foi fácil.

Há muitas barreiras criadas pelo medo que não lhe permitem receber amor...

E a primeira é esta: você não se ama, não se respeita e não se permite ao amor.

E aí Você simplesmente recusa o amor. E, para recusar o amor, o medo cria julgamentos, sempre do outro, e encontra desculpas.

A primeira e a mais importante desculpa é que “Isso não é amor”. Mas, o fato é que Você não acredita que alguém possa te amar.

Você está acostumado a ser condenado, está acostumado a ser punido, está acostumado a ser rejeitado, está acostumado a não ser aceito como é – essas coisas recebe e aceita muito facilmente porque já aprendeu a se defender.

Mas, como aceitar de graça alguém que faz tudo ao contrário daquilo a que se acostumou desde sempre?

É preciso humildade para receber amor, sem se tornar egocêntrico.

É preciso exercitar a aceitação, a gratidão e, acima de tudo, a relação de troca amorosa desinteressada.

Entendendo a Vida...

Ao encarnarmos recebemos um corpo perfeitamente adaptado ao nosso evolutivo, às nossas necessidades de aprendizado... ele abriga todas as sensações, desejos, razão, emoções e divindade. Todas as perfeições e imperfeições que nos habilitarão a vivenciar experiências escolhidas para o crescimento de cada um de nós.

Podemos amá-lo ou não, mas ele nos acompanhará, mesmo se transformando, durante toda a vida...

Com esse corpo aprenderemos lições nessa escola de tempo integral chamada "vida"... cada dia, cada momento, teremos oportunidades de aprendizado... podemos valorizá-las ou não...

A maioria de nós tem medo do sofrimento e da dor, não enxergando "utilidade" ou "justiça" em ambos... e isso só causa sofrimento e dor, aumentando e potencializando os desequilíbrios no corpo, através dos pensamentos e sentimentos desarmonizados.

Embora não saibamos disso, o fato é que não há erros, mas lições, aprendizados... não há obstáculos, mas oportunidades... a evolução é um processo de experimentação... e experimentos mal sucedidos são apenas parte de um processo mais abrangente de conscientização, de formação de uma consciência pela experimentação...

Nossos professores são todos os alunos dessa escola, de todos os reinos, amistosos ou não, simpáticos ou não... e se encarregarão de repetir cada lição incompreendida quantas vezes for necessário ao seu evolutivo... eles poderão se apresentar em momentos diferentes, através de variados relacionamentos e sob formas diferentes... mas a lição é a mesma...

Aprender a cada lição é a nossa tarefa. Uma tarefa sem fim, pois não há nada na criação que não contenha ensinamento... portanto, se estamos nesse plano entre os vivos é porque aqui temos lições a serem aprendidas...

Não há lugar a chegar ao final do curso... é como se o "lá" fosse o horizonte e a cada passo que der em direção a ele, também o "lá" se alterará...o horizonte é apenas o horizonte... portanto, seu "lá" é o seu "aqui" agora... e a evolução é um processo infinito, tal qual o universo, em permanente expansão...

Não há tempo de duração desse curso chamado vida... também não há diplomação ou certificação, porque esse curso nunca termina... apenas altera as matérias escolhidas pela consciência...

Todos os outros que encontrarmos durante esse curso serão apenas nossos próprios reflexos, espelhos... não podemos amar ou odiar outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo... Assim: não podemos reconhecer no outro algo que já não conheçamos em nós mesmos...

O que você faz da sua vida é a sua matéria de estudo na escola vida... e cada aluno escolhe as matérias a cursar... temos todas as ferramentas e recursos de que precisamos ao seu estudo... o que fazemos com eles não é da conta de ninguém e o que os outros fazem, não é da nossa conta... todos têm direito a escolher suas matérias de estudo...

O único mestre a seguir é a própria vida... não há livros a seguir, cursos outros a fazer, mestres a temer... as respostas para cada questão da vida estão dentro de nós... só precisamos olhar para dentro, ouvir, sentir e confiar em nós mesmos...

Não há de quê ou de quem se defender: é nossa opção nos aproximar ou nos afastar de tudo e de todos.

Ainda que nos esqueçamos de tudo isso, ainda que tenhamos esquecido de quem somos (e nos esquecemos mesmo!), ainda assim, estamos no caminho para nos lembrarmos...