sexta-feira, 29 de maio de 2020

Consciência Pós-Pandemia

Como um toque de alvorada, a Era de Aquarius, o novo milênio e século, começaram com dois eventos que envolveram, como nunca antes, toda a humanidade: o 11 de Setembro e o Covid19. Digo isso, não porque antes não houveram fatos mundiais, mas porque hoje a tecnologia e a globalização tornaram as informações e a divulgação imediatos, afetando a todos imediatamente.
Todos os envolvimentos mundiais provocam, de alguma forma, uma mudança de consciência da humanidade e na sua vida prática. Foi assim com todos os eventos mundiais como a peste negra, a gripe espanhola, as Guerras Mundiais assim como hoje vivemos sob o impacto do ataque às torres gêmeas. Os eventos mundiais mudam o comportamento, a forma de pensar a vida, a ciência e a tecnologia. Mais, que tudo isso... muda a consciência coletiva.
Outra característica dos eventos mundiais é que geram, naturalmente no mundo dualístico, dois polos: os negativistas e os histéricos, sendo os primeiros aqueles que acreditam que nada está ocorrendo e os segundos vislumbrando o final dos tempo. Os primeiros buscam a razão nas ciências e os segundos nas religiões e no medo.
Na verdade, cada epidemia histórica é única. Esta mata menos que varíola dos séculos XVIII e XIX, por exemplo. Mas, tem um poder de destruição econômica muito maior que no passado, pelos efeitos da globalização e interconectividade das nações. Outra atipicidade da atual epidemia: ela foi propagada por pessoas das classes alta e média alta que buscaram os hospitais de elite.
O certo é que as pandemias são incontroláveis e que ninguém pode ter certeza de nada. Mas, a penetração do discurso daqueles que tem poder e/ou acesso às mídias é diferente de há 50 anos. Hoje tanto os negacionistas quanto os histéricos encontram eco, porque têm acesso a uma massa enorme que lideram e replicam a informação.
Mas essa massa de gente não aprendeu a questionar (pelo contrário, jamais podem ser questionadas) as informações recebidas, apenas validam a fonte da informação para aceitar ou rejeitar a ideia.
A rápida propagação das mídias sociais produz uma falsa sensação de igualdade democrática. Mas, infelizmente, por não haver embasamento e argumentação dos informados, o que gera é apenas uns contra os outros. Deveríamos considerar que existem especialistas para cada área... e não fontes.
O desafio nesta pandemia é saber que estamos diante de uma realidade maior que nós mesmos e que não temos como nos isolar dos efeitos da pandemia no todo, e em qualquer área... nem na saúde e nem na economia.
O desafio não é o lockdown para preservar vidas “ou” liberar todos e tudo para o retorno imediato às suas vidas, normalizando o mais rápido possível a economia.
O desafio é “e”. Precisamos equacionar, ponderar, equilibrar, harmonizar tanto a saúde quanto a economia. Precisamos entender e estudar cada caso como um caso, sem regras generalizadas, desamarrando nós que nos prendem, mas que a pandemia igualitária desafia.
O desafio é desenvolver a consciência individual e, a partir dela, a consciência coletiva de que não há salvação garantida para absolutamente ninguém, por mais privilegiado que seja, em nenhum campo ou área que seja. A pandemia igualou a tudo e a todos, inclusive a importância da saúde, da educação, da economia, da segurança, do trabalho entre tantas outras áreas.
O desafio é tomar consciência que criamos uma sociedade desigual e não inclusiva, onde o discurso de uma solução coletiva tipo “Fique em casa”, encontra milhões de respostas do tipo “que casa?”. Onde a frase “Não saiam para comer” tem a resposta “que comida?”.
Tomar consciência destes óbvios fatos, talvez seja o primeiro passo para curarmos a sociedade, curando cada um de seus membros primeiramente.
Não vamos ter ainda uma luz no fundo do túnel, porque antes de vislumbrá-la, teremos ainda mais choques políticos, mais mortes e mais gente batendo a cabeça, porque muitos de nós, egoisticamente, ainda pensam em suas carreiras, seu emprego, seu dinheiro, seu mandato, sua reeleição, seus “likes” nas redes sociais. Ou seja... pensam em seu poder! E pouca gente pensando equilibradamente no coletivo.
Mas tenhamos fé. O inferno não existe. Mas, criamos nosso próprio purgatório aqui e agora, até que a luz se restabeleça em nós mesmos e em todos.
Nada é para sempre...

quarta-feira, 27 de maio de 2020

O Estar Só

Neste plano da polarização, tudo aquilo que afeta o ego é um lenitivo ao espírito.
Aqueles que se dedicam ao autoconhecimento sentirão em algum momento, com toda a certeza, estarem sozinhos. Sábios são aqueles que sabem isso...

E isto precisa ser compreendido melhor e mais claramente.
Nos momentos em que uma pessoa se torna consciente de si mesma, ela se torna só. Não é preciso fugir ao fato através da sociedade, dos amigos, das associações, das multidões. Não fuja disso!
Este é o poderoso momento do processo da evolução que trabalha em direção a Solitude.
Solitude é um estado de pleno contato consigo mesmo, buscando a paz interior com isso, mas convive bem com os outros. A Solitude é um estado espiritual.
Não estamos falando da solidão, sentimento egoico de exclusão, onde o indivíduo não se sente incluído em nada, gerando grande e profunda tristeza.
O sentimento de solidão vem quando o indivíduo foge do estado de ser sozinho consigo mesmo, quando o indivíduo não se aceita como é. Então você encontrará alguma multidão ou alguma distração social ou pessoal para esquecer-se de si mesmo.
Quando você está só consigo mesmo, mesmo que por um momento apenas, totalmente só, o ego tende a desaparecer. O eu inferior e suas máscaras não fazem sentido neste ambiente. O ego não pode permanecer só. Ele só pode existir em relação aos outros.
Quando você está em solitude, o milagre do desaparecimento do ego acontece, o ego torna-se fraco, agora ele não pode continuar a existir por muito tempo.
Sendo assim, tenha a coragem de ter um olhar carinhoso para si mesmo, o bastante para estar só...
E você, gradualmente, paulatinamente, aprenderá a dominar o ego com amor. Até não precisar mais dele.
Este o caminho das Iniciações, dentro da Lei de Evolução.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Obstáculos no caminho

É muito comum as pessoas não entenderem os obstáculos que elas mesmo criam em seu caminho evolutivo.
Questionam o por quê já que realmente desejam atingir a maestria em alguma senda. E é justamente aqui que demonstra seu primeiro problema: o desejo!
Ao contrário da vontade, o desejo, via de regra, é de natureza inferior, egoica, enquanto a vontade é o pai - a força interior que impulsiona os esforços do discípulo. É preciso investigar antes o por quê de se desejar tanto e validar valorosamente o motivo.
Pode haver muitas razões para o discípulo não encontrar seu mestre. Às vezes uma pessoa, pedindo isso, demonstra alguma falha importante em si mesma que é razão suficiente.
Não infrequentemente, lamenta-se dizer, esta falha é o orgulho. Uma pessoa pode ter um conceito tão elevado de si mesma, que não é passível de aprendizado. E como evoluir sem aprender?
É muito comum, nesses nossos dias conturbados e agitados, que essa falha seja a irritabilidade, o mau humor, a demonstração de desconforto com qualquer situação externa que a desagrade, desaponte.
Uma pessoa boa e digna, por ter seus nervos à flor da pele, pode externar falta de controle sobre si mesma e, por isso mesmo, desejar ter controle sobre aquilo que a afeta.
A facilidade com que nos ofendemos ou nos afetamos dificulta enormemente nossa capacidade de nos relacionar com os outros, a convivência. Elas devem esperar até que aprendam a se adaptar e cooperar com qualquer pessoa ou situação.
As pessoas têm falhas e não gostam que lhes sejam apontadas. Geralmente, não acreditam que as possuem e imaginam que os outros estejam equivocados, afinal elas tem muitos motivos para assim serem. Em raros os casos ela se dispõem a tirar proveito da observação feita. Mas um discípulo deve ser ávido por mudar a si mesmo, por livrar-se de seus defeitos e falhas.
O autocentramento é apenas uma outra forma de orgulho, mas que hoje em dia é muito proeminente, sendo batizado muitas vezes de "auto-estima". A personalidade que temos construído ao longo de milhares de anos se tornou auto-assertiva e é uma das tarefas mais árduas reverter esta atitude e obrigá-la a adquirir o hábito de ver as coisas do ponto de vista dos outros.
É preciso certa força e grandeza para se colocar na atitude correta ao trabalho espiritual, pois além de qualquer defeito nosso, temos toda a pressão do pensamento do mundo agindo contra.
A pessoa que deseja se colocar na senda fica exposta a certos desconfortos. O primeiro deles é a exteriorização de tudo que estava latente na natureza da pessoa - suas falhas, hábitos, qualidades ou desejos reprimidos, sejam bons, maus ou indiferentes. Eles virão à tona incontrolavelmente e ela terá que lutar mais arduamente que nunca até que se extingam essas tendências em si mesma.

sábado, 16 de maio de 2020

Acredite no Amor

Fomos criados por um ato de amor...
E nascemos para aprender a amar e sermos amados...
Nossa felicidade pode depender do sucesso dessa missão.
Amar pode sim dar certo.
Alguns vivem o amor em sua plenitude pelo simples fato de dispor dele em abundância.
Aprenderam a amar, a se entregar ao ser amado e a estabelecer relacionamentos criativos.
Outros sofrem com seu relacionamento amoroso e, talvez a maioria, ressentem-se de decepções amorosas.
Estes tendem a se isolar e a adotar uma postura cética em relação ao amor.
Preferem ficar em casa assistindo a um filme, passam seu tempo sozinhos.
No início, sentem-se aliviados, pois acham melhor evitar problemas do que se expôr ao amor. Mas, depois de algum tempo, a solidão começa a apertar o coração.
E as repetições acontecem: o amor que abandona o medo, que abandona o amor que abandona o medo...
Mas, não desista de amar.
Assuma sempre o risco de demonstrar seu amor, mesmo que a outra pessoa não vá aceitá-lo, porque amar alguém não é um problema nem um defeito... é uma virtude.
Se ela não aceitar o seu amor, o problema não é seu, pois, uma vez que você descobriu o jeito de amar, ficará faltando apenas encontrar um companheiro para a viagem a dois.
Se você está só, abra o seu coração, coloque um sorriso no rosto, retome o brilho nos olhos e acredite que a vida lhe prepara maravilhosas surpresas.
O amor satisfaz os nossos mais profundos desejos de compreender e ser compreendido, de valorizar e ser valorizado, de dar e receber.
Amar pode dar certo.
Amar supõe evoluir todos os dias, conhecer o outro cada vez melhor, construir com ele um lugar no mundo em que as pessoas, ao entrar, sentirão que ali existe vida, carinho sincero, vontade de acertar.
Muitas pessoas acreditam que o contrário do amor é alguma forma de desamor, como raiva, mágoa ou ódio.
Eu não acho... acho que o contrário do amor é o medo.
O medo cria tanto quanto o amor.
Por medo de se dar e sofrer, algumas pessoas tendem a valorizar a solidão como completude. Eu acho que não pode ser verdade, muito embora eu acredite que temos que ser inteiros, para nos dar por inteiro. Egocentrismo ou foco em si mesmo não deve ser o caminho... só se for para depuração.
Um casal tem trocas, tem equilíbrio, tem os polos que se completam, respeitadas as individualidades.
Formam uma terceira pessoa, uma nova identidade chamada "nós"... e é esse "nós" que nos ensina a sermos menos "eu", por causa do "outro" a quem amamos.
Amar é crescimento e evolução.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Dualidade

Nesse mundo polarizado, até a dualidade é uma ilusão...
O que existe é o branco... o preto é ausência de cor...
O que existe é calor... o frio é ausência de calor...
O que existe é a bateria... não seus polos...
O que existe é a alma imortal... não o corpo finito...
O que existe é a vida... não a morte...
O que existe é a divindade em nós... o ego não somos nós, é adquirido...
O que existe são oportunidades de crescimento... não problemas...
Não há nada a aprender, a evoluir na dualidade... lugar algum a chegar...
Não há nada a acrescentar em nós mesmos, mas sim a descartar - as crenças e ilusões do ego adquirido...
O que precisamos é aprender a discernir entre o que é real e divino em nós e as ilusões e criações do medo do ego...
Deveríamos ter gratidão a tudo que nos faz corrigir a mente.
E assim decretarmos o fim dos nossos sofrimentos humanos.

domingo, 10 de maio de 2020

O Desafio dos Relacionamentos Amorosos

No mundo de hoje, a maioria das pessoas se sente solitária mesmo estando com alguém. Ou, pelo medo, querem estar sós, ainda que demonstrando querer se relacionar ou se relacionando.
Talvez isso possa ser explicado pelo fato que aprendemos a concorrer e não a compartilhar. Talvez, pelas lutas do dia a dia, estejamos mais focados em nós mesmos e na distração da falta de tempo para tudo. Buscamos a "segurança" das rotinas. Mas não importa... no fundo, tudo isso é medo! E medo é movimento contrário ao amor...
É preciso ter Amor Próprio, que só faz sentido ao se dar, já que amor atrai e medo repulsa. Só pode ter amor para dar aquele que tem amor em si mesmo.
Mas, a maioria de nós, estamos mesmo é em conflito entre o medo e o amor... Então, amamos depois destruímos e, então, amamos novamente... sempre uma passagem de uma emoção a outra. O amor abandona o medo, que abandona o amor, que abandona o medo...
Se você quer mesmo se relacionar, tenha em mente que vai precisar muito mais de sua Vontade do que de seus desejos.
Vontade no sentido que os orientais dão à palavra: a Vontade para eles é parte do que consideram a Trindade Divina: Vontade, Sabedoria e Atividade, sendo a Vontade representativa do Pai, o que difere, e muito, de desejos profanos.
É preciso Vontade de se conhecer e evoluir para se relacionar pessoalmente com alguém. Inevitavelmente, em qualquer relacionamento, o outro será seu espelho. E isso pode ser muito incômodo... ou divino... dependendo de seu olhar...
É preciso saber que as nossas manifestações físicas, racionais e emocionais vão expor nosso ego, nossos medos, crenças e limitações. E que o outro, consciente ou inconscientemente, querendo ou não, vai acabar traduzindo e trazendo à superfície da relação.
É muito comum se sentir criticado, vai se dizer analisado, se sentir exposto e isto é tudo o que o ego não quer... egos são dissimulados pela razão, sempre cheia de explicações e justificativas, e, quando não, satíricos.
E, muito provavelmente, vai reagir, como todo ego faz, se você não tiver a firme Vontade de aprender sobre si mesmo através do outro. Egos, quando manifestados, se afastam...
Entenda que o ego do outro, como o seu próprio, entende de ego. Simplesmente ego entende de ego. E se identifica.
Mas identificar não significa que estamos sendo criticados ou analisados. Analisar seria buscar as causas, os porquês, a origem do drama egoico profundamente. Mas, normalmente, o que outro faz é simplesmente reconhecer aquilo que já conhece em si mesmo.
Àqueles que querem buscar análise, para se conhecer mais profundamente, melhor buscar um psicólogo ou um caminho comportamental da espiritualidade, um especialista.
Ninguém muda ninguém, senão a si mesmo. A evolução é de dentro para fora e não do outro para nós. Numa relação precisamos aprender que estamos sendo chamados a evoluir.
E que precisaremos de muito Amor Próprio (e não auto-estima) e Vontade para termos a coragem de nos observar através do olhar do outro.
Este o grande desafio do Amor... ter a coragem de olhar para dentro de si mesmo através do outro e querer evoluir... por Amor.
Apenas para se dar mais e melhor.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Para a Paz

Silencia diante da confusão, dos conflitos ou das adversidades...
Até mesmo a palavra certa, dita no momento errado, pode causar grande estrago.
Respira profunda e pausadamente em momento de crise. Você ficará surpreso com o efeito da respiração sobre sua mente...
Desapegue-se de tudo. A energia necessita fluir para evoluir...
Pratique o perdão. Perdoe-se e perdoe a todos...
A vida é aprendizado. Aprenda com os enganos e permita que também os outros aprendam...
Seja grato. Gratidão é um exercício de libertação. Seja grato até mesmo com as dores e adversidades, compreendendo e aceitando a lição que advirá...
Faça sempre o melhor que puder, sem esperar resultado. 
O Universo se encarregará de tudo o mais...

Razão e Sentimento

Não confundamos o que está em nosso coração com o que está em nossas mentes.
O que está em nossas mentes foi colocado lá por outros...
O que está em nossos corações é o que levamos em nós das lembranças de Deus...

Formação da Consciência

A consciência é atingida pelo conhecer e experimentar que produzem a sensação. A consciência é o sentimento de que agora temos experiência...
Só o sentimento produz a plena consciência. O Saber ou a Experiência, sozinhos, podem produzir apenas uma consciência parcial.
Podemos nos saber divinos, mas só quando nos sentimos um ser divino é que nossa consciência se completará através da vivência desse sentimento.
Podemos nos saber uma parte da divindade, mas só quando experimentarmos nosso próprio ser compassivo é que a consciência será completada através da vivência desse sentimento.
Podemos saber que somos generosos, mas quando praticarmos a generosidade é que nossa consciência se completará através da vivência desse sentimento.
Podemos saber que estamos amando, mas só quando demonstrarmos nosso amor, é que nossa consciência se completará através da vivência desse sentimento.
Quando não sabemos o que “sentimos” não é porque não saibamos quem somos, é porque não estamos experimentando.
É preciso adicionar experiência para conseguir produzir sentimento.
O sentimento é a linguagem da alma...
A consciência de si é conseguida através do sentimento completo de nosso próprio ser que realmente é...
Enquanto a consciência é um processo duplo, há dois caminhos pelos quais ele é atingido. Um a alma chega ao completo conhecimento ao longo do caminho do mundo espiritual e outro ao completar experimentando ao longo do caminho do mundo físico.
Ambos os caminhos são necessários e é por isso que existem dois mundos. Coloque-os juntos e você tem o ambiente perfeito para criar o sentimento completo, que produz a consciência completa.

Viver e Morrer

É impossível vivermos ou morrermos sem Deus...
Mas não é impossível pensarmos que podemos viver ou morrer sem Deus...
Se achamos que estamos vivendo ou morrendo sem Deus, teremos essa experiência, já que podemos pelo livre arbítrio...
Podemos ter esta experiência, desde que desejemos...
Podemos, também, terminar esta experiência sempre que escolhermos...
E isso é tudo que precisamos saber sobre o assunto.
Quando perdermos o medo de morrer, perderemos o medo de viver também

A crise

Não vale a pena um mundo em que não exista nem saúde e nem dignidade para todos.
Nesta crise pandêmica, nosso maior inimigo não é um vírus sem vida...
Sempre há aqueles, historicamente, que em crises, tentam implementar o controle pelo medo, com interesses espúrios, sob o ponto de vista moral, religioso, econômico e político. Essa a real praga da humanidade que nem a religião ou a medicina podem remediar.
E tem, ainda, nossos próprios pensamentos, demônios interiores, crenças e limitações... nosso ódio, nossa ganância, a nossa ignorância, nosso egocentrismo...
Vivemos um grande desafio, que é o desafio da incerteza... tentamos nos cercar de todas as certezas, mas apesar disso a vida é um mar de incertezas...
Nós que sempre vivemos como se fôssemos ilhas egoicas isoladas, pela força da natureza, somos agora forçados a pensar coletivamente, socialmente, no bem-estar comum...
E isso muda tudo, já que só estamos acostumados a pensar em nós mesmos e nos próximos.
O vírus impôs, sem nenhuma lei escrita, a igualdade social da crise e nos faz perceber pessoas que antes eram transparentes, praticamente inexistentes em nossa percepção, como os entregadores de mercadorias e alimentos.
A capacidade de reação ao vírus numa sociedade profundamente desigual, depende, é claro, do grau de inserção social do indivíduo.
Mas, diferentemente, o vírus atinge a todos e é disseminado por todos, independentemente de raça, religião, poder, status, credos, posição política ou ideologia qualquer.
Temos que entender o pesado desafio, mas necessário, indispensável de termos uma economia mais solidária, uma sociedade mais integrada, de pensarmos mais em conjunto o futuro.
Não é mais possível sobreviver, quer seja na área da saúde, da segurança ou econômica, excluindo uma parte expressiva da sociedade e submeter outra expressiva parcela ao sofrimento dessas desigualdades...
Lembro da epidemia de cólera em Londres e Paris em 1854, quando, tal qual hoje, sob força militar, as pessoas foram obrigadas a se trancafiarem dentro de suas casas.
Naquela epidemia, apesar de todo o confinamento mandatório, a cólera continuava a atingir a todos indistintamente, porque era transmitida por quem não estava confinado: os ratos.
Mas foi a partir dessa grande crise pandêmica em Londres e Paris que houve um apelo a um projeto amplo e socialmente igualitário de rede de esgotos e tratamento das águas.
Precisamos repensar a sociedade incluindo a todos, indistintamente, já que se ainda não reparamos, somos todos interdependentes um dos outros, sem nenhum tipo de exclusão de qualquer tipo.

Passagem para a Essência

Nenhum ser, por mais sombras, crenças, distorções de personalidade, negatividade que manifeste está condenado.
A qualquer momento, sua essência divina pode aparecer e assumir a expressão da luz. Talvez, apenas, alguns estejam mais distanciados deste ponto momentaneamente, mas esta avaliação é impossível de ser feita pelo critério humano.
O homem carrega em si um universo de possibilidades...
Costumo repetir que o homem embora pense ser uma gota d´água no oceano, é mesmo um oceano em uma gota d´água...
Quando julgamos qualquer impossibilidade de mudança, estamos esquecendo o princípio básico da vida: que tudo e todos contém a totalidade e é pleno de infinitos potenciais. E tudo está em constante transformação, segundo a Lei de Evolução.
Esta compreensão se faz quando olhamos com olhos do espírito, não com a mente racional viciada e julgadora.
Como diz Lais Ceesar, em seu livro Passagem para a Essência:
"Enxergar o outro com o olhar divino é respeitar e honrar a nossa própria essência e a do outro, embora, na realidade, não exista separação entre ambas"
A origem da palavra respeito vem do latim "respicere", que quer dizer "disposição de olhar novamente".
Para não fixarmos e aprisionarmos a energia, podemos nos permitir sempre um novo olhar, pois tudo e todos carregam a multiplicidade de expressões...
É na vulnerabilidade que o indivíduo pode ter mais disponibilidade interna de relembrar quem é.

Terapia do Amor

Em seu nível mais profundo, todas as ações humanas são embasadas por uma entre duas emoções - Medo ou Amor. Na verdade, há apenas duas emoções primordiais das quais todas as demais são variantes. Não há outra motivação humana e todas as ideias se originam dessas duas emoções. É o pensamento atrás do pensamento que dá causa a qualquer atitude, como força motora.
O comportamento humano produz experimentação, experiência após experiência. Então, amamos depois destruímos e, então, amamos novamente... sempre uma passagem de uma emoção a outra. O amor abandona o medo, que abandona o amor, que abandona o medo...
E a causa disso é a crença que não podemos acreditar em Deus, não podemos confiar Nele, nem depender de Seu Amor, já que a aceitação Dele a seu respeito é condicional, julgadora, portanto, o resultado é incerto. E se não podemos confiar em Deus, em quem poderíamos confiar? Se Deus nos abandona, quando agimos inadequadamente, certamente todos os demais farão o mesmo.
E então, acontece que, quando mais amamos, mais sentimos medo. A primeira preocupação depois de dizermos "Eu te amo", é se ouviremos o mesmo como resposta. E mesmo se ouvirmos, começaremos imediatamente a nos preocupar com a possibilidade de perder o amor recém conquistado. E, a partir daí, toda ação se torna uma reação... uma defesa contra a suposta perda.
Nós não sabemos Quem Somos! Se soubéssemos jamais sentiríamos medo. Afinal, quem poderia nos rejeitar? Nem mesmo Deus, como Filhos de Deus Perfeitos que Somos. Mas, se não sabemos Quem Somos e nos consideramos muito menos do que seres maravilhosos, de onde vem essa ideia? Das únicas pessoas, que na infância aceitaríamos qualquer palavra para tudo: Nossos Pais!
São essas as duas pessoas que mais amamos, que mais nos amam... Por quê mentiriam?
Mas, não foram justamente essas pessoas que nos disseram que somos muito disso e pouco daquilo? Que nos repreenderam em alguns momentos de maior exuberância? Que nos incentivaram a deixar de lado algumas das ideias mais fantásticas que tivemos? Que nos negaram muitos desejos e vontades verdadeiramente importantes?
Sim... foram nossos pais que nos ensinaram que o amor é condicional. E assim foram eles também doutrinados anteriormente...
Nós tivemos a experimentação do amor condicional muitas vezes e são essas experiências que levamos aos nossos relacionamentos amorosos e, também, para Deus. A partir dessas experiências, tiramos conclusões sobre Deus, achando que se não cumprirmos suas regras, Ele nos punirá com o desterro e a condenação eternas.
Nós nos esquecemos de como é ser amado incondicionalmente, não nos lembramos do amor divino e, por isso, tentamos imaginar como deve ser o amor de Deus, mas baseados com o que aprendemos no mundo. Por isso, imaginamos um Deus que julga, recompensa ou pune, baseado em como Ele se "sente" em relação aos nossos atos.
E essa é uma ideia baseada em medo, na ideia de um Deus temível e vingativo, criada em nossa experiência humana e não em verdades espirituais. Negar a isto seria rejeitar toda nossa existência nesta vida. E, apesar do fato de que se negássemos, seria a nossa salvação, não podemos aceitar, porque a ideia de um Deus que não deve ser temido, não julga e nem tem motivos para punir é maravilhosa demais para ser aceita.
Essa realidade nossa do amor condicional, que evidencia o medo, domina nossas experiências de vida. Mas, mesmo quando recuamos de um amor, por medo, impondo nossas condições, uma parte de nós sabe que o amor, realmente, não é isso. Nós aprendemos de forma muito prática a dizermos a nós mesmos que seremos condenados ao sofrimento, caso sejamos vulneráveis de novo. Mas a verdade é que o seremos se não formos vulneráveis!
Nós nos condenamos a nunca experienciarmos puramente o amor. E, por isso, também nos condenamos a não conhecermos verdadeiramente a Deus como Ele É, enquanto não amarmos puramente. O alento é que não conseguiremos negar a Deus eternamente, chegará o momento do cansaço, da vulnerabilidade e da reconciliação.
Todos os nossos atos se baseiam no amor ou no medo, não simplesmente os relativos a relacionamentos. Decisões que afetam negócios, indústria, política, educação, compromissos internacionais, economia são sempre baseados no amor ou no medo.
Quanto mais Somos, mais podemos nos tornar, e quanto mais nos tornamos, mais poderemos Ser.
O maior segredo da vida, não é um processo de descoberta, mas sim de criação. Nós não estamos nos descobrindo, mas nos criando e recriando... Portanto, deveríamos nos preocupar mais não em descobrir Quem Somos... mas em determinar Quem Queremos Ser.
Qual seu objetivo de vida?
Sem resposta a esta pergunta. a questão do que é melhor em determinada situação será sempre um mistério.
A grande dualidade primordial é essa: todos os pensamentos são determinados pelo amor ou medo. Mas, no final, há realmente apenas uma realidade eterna: O Amor!
Na verdade, o Amor É Tudo O Que Há!
Até mesmo o Medo é uma expressão do Amor, e, se usado de modo eficaz e verdadeiro, provoca a evolução do ser, no caminho do Amor.

Consciência

O Ser e o Conhecimento são interdependentes um do outro.
O Ser limita o Conhecimento e o Conhecimento limita o Ser.
O Ser é vida, vibração, ação... movimento de dentro para fora.
O Conhecimento é científico, movimento de fora para dentro, é adquirido... mesmo para conhecer-se a si mesmo...
Quando o Ser e o Conhecimento andam em conjunto, o Conhecimento transformado em ações, em harmonia de atos e palavras, transforma-se em Vivência...
E daí advém a Consciência, a ciência de si mesmo...