quarta-feira, 6 de maio de 2020

Terapia do Amor

Em seu nível mais profundo, todas as ações humanas são embasadas por uma entre duas emoções - Medo ou Amor. Na verdade, há apenas duas emoções primordiais das quais todas as demais são variantes. Não há outra motivação humana e todas as ideias se originam dessas duas emoções. É o pensamento atrás do pensamento que dá causa a qualquer atitude, como força motora.
O comportamento humano produz experimentação, experiência após experiência. Então, amamos depois destruímos e, então, amamos novamente... sempre uma passagem de uma emoção a outra. O amor abandona o medo, que abandona o amor, que abandona o medo...
E a causa disso é a crença que não podemos acreditar em Deus, não podemos confiar Nele, nem depender de Seu Amor, já que a aceitação Dele a seu respeito é condicional, julgadora, portanto, o resultado é incerto. E se não podemos confiar em Deus, em quem poderíamos confiar? Se Deus nos abandona, quando agimos inadequadamente, certamente todos os demais farão o mesmo.
E então, acontece que, quando mais amamos, mais sentimos medo. A primeira preocupação depois de dizermos "Eu te amo", é se ouviremos o mesmo como resposta. E mesmo se ouvirmos, começaremos imediatamente a nos preocupar com a possibilidade de perder o amor recém conquistado. E, a partir daí, toda ação se torna uma reação... uma defesa contra a suposta perda.
Nós não sabemos Quem Somos! Se soubéssemos jamais sentiríamos medo. Afinal, quem poderia nos rejeitar? Nem mesmo Deus, como Filhos de Deus Perfeitos que Somos. Mas, se não sabemos Quem Somos e nos consideramos muito menos do que seres maravilhosos, de onde vem essa ideia? Das únicas pessoas, que na infância aceitaríamos qualquer palavra para tudo: Nossos Pais!
São essas as duas pessoas que mais amamos, que mais nos amam... Por quê mentiriam?
Mas, não foram justamente essas pessoas que nos disseram que somos muito disso e pouco daquilo? Que nos repreenderam em alguns momentos de maior exuberância? Que nos incentivaram a deixar de lado algumas das ideias mais fantásticas que tivemos? Que nos negaram muitos desejos e vontades verdadeiramente importantes?
Sim... foram nossos pais que nos ensinaram que o amor é condicional. E assim foram eles também doutrinados anteriormente...
Nós tivemos a experimentação do amor condicional muitas vezes e são essas experiências que levamos aos nossos relacionamentos amorosos e, também, para Deus. A partir dessas experiências, tiramos conclusões sobre Deus, achando que se não cumprirmos suas regras, Ele nos punirá com o desterro e a condenação eternas.
Nós nos esquecemos de como é ser amado incondicionalmente, não nos lembramos do amor divino e, por isso, tentamos imaginar como deve ser o amor de Deus, mas baseados com o que aprendemos no mundo. Por isso, imaginamos um Deus que julga, recompensa ou pune, baseado em como Ele se "sente" em relação aos nossos atos.
E essa é uma ideia baseada em medo, na ideia de um Deus temível e vingativo, criada em nossa experiência humana e não em verdades espirituais. Negar a isto seria rejeitar toda nossa existência nesta vida. E, apesar do fato de que se negássemos, seria a nossa salvação, não podemos aceitar, porque a ideia de um Deus que não deve ser temido, não julga e nem tem motivos para punir é maravilhosa demais para ser aceita.
Essa realidade nossa do amor condicional, que evidencia o medo, domina nossas experiências de vida. Mas, mesmo quando recuamos de um amor, por medo, impondo nossas condições, uma parte de nós sabe que o amor, realmente, não é isso. Nós aprendemos de forma muito prática a dizermos a nós mesmos que seremos condenados ao sofrimento, caso sejamos vulneráveis de novo. Mas a verdade é que o seremos se não formos vulneráveis!
Nós nos condenamos a nunca experienciarmos puramente o amor. E, por isso, também nos condenamos a não conhecermos verdadeiramente a Deus como Ele É, enquanto não amarmos puramente. O alento é que não conseguiremos negar a Deus eternamente, chegará o momento do cansaço, da vulnerabilidade e da reconciliação.
Todos os nossos atos se baseiam no amor ou no medo, não simplesmente os relativos a relacionamentos. Decisões que afetam negócios, indústria, política, educação, compromissos internacionais, economia são sempre baseados no amor ou no medo.
Quanto mais Somos, mais podemos nos tornar, e quanto mais nos tornamos, mais poderemos Ser.
O maior segredo da vida, não é um processo de descoberta, mas sim de criação. Nós não estamos nos descobrindo, mas nos criando e recriando... Portanto, deveríamos nos preocupar mais não em descobrir Quem Somos... mas em determinar Quem Queremos Ser.
Qual seu objetivo de vida?
Sem resposta a esta pergunta. a questão do que é melhor em determinada situação será sempre um mistério.
A grande dualidade primordial é essa: todos os pensamentos são determinados pelo amor ou medo. Mas, no final, há realmente apenas uma realidade eterna: O Amor!
Na verdade, o Amor É Tudo O Que Há!
Até mesmo o Medo é uma expressão do Amor, e, se usado de modo eficaz e verdadeiro, provoca a evolução do ser, no caminho do Amor.

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