sexta-feira, 14 de agosto de 2020

O Poder das Utopias e o Medo

G.K.Chesterton (1874 - 1936), escritor, poeta, filósofo, dramaturgo, jornalista, palestrante, teólogo, literário e crítico de arte inglês (fico pensando se ele foi tudo isto mesmo ou se falou sobre tudo isso, afinal adoramos mistificar e mitificar) era conhecido como o "Príncipe dos Paradoxos", hábil que foi em criar frases de efeito.

Uma de suas frases mais famosas diz "O problema, quando você deixa de acreditar em Deus, não é tanto você virar um ateu... É que você passa a acreditar em qualquer bobagem".

Talvez o grande problema de hoje é a descrença nas utopias, naquilo que nem se pode provar.

Você sabia que o átomo, fonte inesgotável de tantas afirmações científicas desde que Demócrito (546 - 460 a.C.) o batizou, não pode ser observado em um microscópio, por exemplo? E nem poderá em sua totalidade, já que o átomo, confirmando o ensinamento de Hermes Trimegisto (o Três Vezes Sábio, legislador e filósofo egípcio que viveu entre 1330 a.C. a 2500 a.C - não se sabe ao certo - que pregou "Assim em cima como o que é embaixo") segue a proporções de distância entre seu núcleo e os elétrons que o circundam, como as galáticas. Entretanto, sabemos que a nossa porção mais diminuta de matéria, tal qual a conhecemos, é o átomo.

Mas, voltando...

O problema é que sem utopias, sem acreditar num mundo mais justo ou num relacionamento melhor que o meu, não consigo melhorar o meu próprio sofrimento.

A teocracia, bem como o "paraíso socialista" na Terra, falharam de há muito em promover bem estar social.

As teocracias vigentes são violentas e intolerantes, além de excludentes. Só souberam criar códigos de padrões morais e medo generalizado. E cometem atrocidades...

Já o "paraíso socialista" só existe na Coréia do Norte, Cuba e em diretórios acadêmicos de humanas em Universidades Estatais.

Talvez a solução não esteja em sistemas unificados de conhecimento como os mencionados.... talvez esteja na capilaridade, na multiversalidade das individualidades e não em verdades absolutas...

Curioso saber que 96% dos brasileiros acreditam que merecem o paraíso cristão, por motivos não declarados ou pesquisados na enquete. (Será que o motivo seria o próprio Brasil?)

Hoje em dia, a crença na auto-ajuda substituiu a crença no julgamento de Deus, o que sempre alimentou a variados medos. Tentamos substituir a crença em Deus pela crença no poder do indivíduo. Só que o indivíduo não existe sem Deus, já que podemos criar a tudo, menos a nós mesmos...

O medo é sólido histórica e culturalmente, mas aprender a conviver com o medo ainda é a melhor maneira de enfrentá-lo.

Observamos que tanto a teocracia quanto o socialismo ideológico são problemáticos. Pode ser que a solução entre a ciência e a religião, entre a teocracia e o socialismo, seja a consciência coletiva, a união das duas.

Quando atingirmos uma "massa crítica" (termo e conceito científico) de indivíduos sem preconceitos, que pensam em Deus (ou energia, espírito, verdade etc) de alguma forma positiva, harmoniosa, unida e includente (valores teológicos) então... talvez então... possamos dizer que seremos mais felizes.

Penso eu, que nós não somos o Todo, mas uma pequena porção do Todo, que é, ao mesmo tempo, divino e naturalmente científico... e que este momento ainda vai chegar.

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