quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

A Espiral Primordial

O filósofo grego Platão insinuava de maneira enigmática que existia uma chave de ouro que unificava todos os mistérios do universo. É com essa chave de ouro que retornaremos ao tempo uma vez mais através de nossa pesquisa. A chave de ouro é a inteligência do Logos, a fonte do Om Primordial. Podemos dizer que é a mente de Deus.
Com nossos sentidos limitados, observamos apenas a manifestação externa da mecânica oculta da auto similaridade. A fonte dessa simetria divina é o maior mistério de nossa existência.
Muitos dos maiores pensadores da história, tais como Pitágoras, Keppler, Leonardo da Vinci, Tesla e Einstein chegaram ao limiar do mistério.
Einstein disse: “A coisa mais bela que podemos vivenciar é o mistério. Ele é a fonte fundamental de toda verdadeira arte e de toda ciência. Aquele que não o conhece e não mais se maravilha, paralisado em êxtase, é como se estivesse morto. Seus olhos estão fechados”.
Isso me parece ser a atitude até mesmo do mais inteligente ser humano, a respeito de Deus. Vemos um universo maravilhosamente arranjado e obedecendo a certas Leis. Nossas mentes limitadas não conseguem compreender a misteriosa força que move as constelações.
Todo cientista que observa o universo com atenção e todo místico que busca arduamente dentro de si mesmo, no final das contas, encaram a mesma coisa: a Espiral Primordial.
Mil anos antes da criação do antigo observatório em Stonehenge, a espiral era um símbolo predominante na Terra. As antigas espirais podem ser encontradas por todas as partes do globo. Milhares de antigas espirais podem ser encontradas por toda Europa, na América do Norte, no Novo México, em Utah, Austrália, China e Rússia. Virtualmente em todas as culturas indígenas na Terra.
As antigas espirais simbolizavam crescimento, expansão e energia cósmica, encarnada no Sol e nos céus. A forma espiral refletia o macrocosmos do próprio universo revelando-se. Nas tradições indígenas, a espiral era a fonte energética, a Mãe Primordial.
As espirais neolíticas em Newgrange, Irlanda, remontam há cinco mil anos. São 500 anos mais velhas que as Grandes Pirâmides de Gizé e são tão enigmáticas quanto elas aos observadores modernos.
As espirais remontam uma época na história quando os humanos estavam mais conectados com a Terra e seus ciclos e espirais da natureza. Uma época em que os humanos eram menos identificados com seus pensamentos.
A espiral é o que percebemos ser a força de torção do universo, quando observamos a uma galáxia, por exemplo. O Prâna, ou a força criativa, faz a Akasha girar numa contínua de formas sólidas.
Encontrada em todos os níveis entre o macrocosmo e o microcosmo, desde as galáxias espiraladas até os sistemas meteorológicos, desde a água em sua banheira fluindo para o ralo, no olho de um furacão, até seu DNA ou a experiência direta de sua própria energia, nos fluxos de energia que correm em sua coluna vertebral.
A Espiral Primordial não é uma ideia, mas sim aquilo que faz com que todas as condições e ideias sejam possíveis.
Vários tipos de espirais e hélices são encontrados na natureza: caracóis, corais marinhos, teias de aranha, fósseis, cavalos-marinhos e conchas. Muitas espirais presentes na natureza são observadas como sendo espirais logarítmicas ou espirais em crescimento. À medida que se avança de seu centro, as divisões da espiral se tornam exponencialmente maiores.
Assim como a Rede de Joias de Indra, espirais logarítmicas são auto similares ou holográficas, de maneira que as características de cada parte refletem o todo.
Há 2400 anos, na Antiga Grécia, Platão considerou as proporções geométricas contínuas como sendo o mais profundo vínculo cósmico. A Proporção Áurea ou Proporção Divina, era o maior segredo da natureza.
A mesma forma de pentágono encontrada numa estrela do mar, ou numa fatia de quiabo, pode ser vista no caminho do Planeta Vênus, traçado no céu da noite, num período de oito anos, perfazendo sua rota em torno de Sol.
Observamos o compreensível mundo das formas no céu e o mundo visível de objetos na Terra, através deste princípio geométrico de auto similaridade.
Desde o padrão espiral auto similar do brócoli até os braços das galáxias, as espirais logarítmicas são padrões onipresentes e arquetípicos. Nossa própria Via Láctea possui muitos braços espirais que são espirais logarítmicas inclinadas em torno de 12 graus. Quanto maior a inclinação da espiral, mais compactos são os giros.
Quanto observamos um vídeo acelerado de uma planta nascendo e crescendo, testemunhamos sua dança com a espiral da vida.
Uma espiral dourada é uma espiral logarítmica que cresce externamente segundo o fator da Proporção Áurea. A Proporção Áurea é uma relação matemática especial que aparece inúmeras vezes na natureza. O padrão observável segue o que chamamos de Série de Fibonacci ou Sequência de Fibonacci, que desdobra-se de tal maneira que cada número é a soma dos dois números anteriores.
O matemático e astrônomo alemão Keppler descobriu que padrões espirais auto similares são facilmente encontrados no formato em que as folhas se arranjam no caule das plantas. Ou mesmo numa pequena flor e no arranjo de pétalas das flores.
Leonardo da Vinci observou que os espaços das folhas estão, geralmente, em padrões espirais. Esses padrões são chamados de padrão “filotaxia” ou padrão de arranjo de flores.
A filotaxia pode ser encontrada em nucleotídeos auto-organizados do DNA e em tudo, desde a família das árvores e reprodução de coelhos, até em pinhas, cactos, num floco de neve e até em simples organismos como as diatomáceas. As diatomáceas são um dos tipos mais comuns de fitoplânctons: organismos unicelulares que servem de alimento para inúmeras espécies em toda a cadeia alimentar.
É necessário saber muito de matemática para ser um girassol ou uma abelha ao construir sua colmeia? A natureza não consulta o departamento de física para fazer um brócoli crescer. A estrutura da natureza acontece automaticamente.
Cientistas no campo da nanotecnologia usam o termo “automontagem” para descrever como os complexos são formados, como na fase inicial em forma hexagonal da formação do DNA.
Na engenharia da nanotecnologia, nanotubos de carbono são arranjados de maneira semelhante a geometria dos DNAs.
A natureza faz uso desse tipo de geometria repetidamente, sem qualquer esforço ou raciocínio. Automaticamente. Sem fazer uso de calculadora. A natureza é precisa e extremamente eficiente.
Segundo o famoso arquiteto e autor Buckminster Fuller, esses padrões são uma função do tempo-espaço.
O DNA e o favo de mel possuem tal forma pelo mesmo motivo da bolha de sabão ser redonda: é o formato mais eficiente que requer a menor quantidade de energia necessária.
O espaço em si tem forma e permite apenas algumas configurações para a matéria, sempre padronizando aquela mais eficiente. Esses padrões são a forma mais forte e eficiente para construirmos estruturas arquitetônicas, como, por exemplo, as cúpulas geodésicas.
Os padrões de espirais logarítmicas permitem às plantas a máxima exposição à polinização de insetos, exposição máxima aos raios solares e a chuva e permitem que elas espiralem água até suas raízes da maneira mais eficiente possível.
Aves de rapina usam padrões de espirais logarítmicas para espreitar sua próxima refeição. Voar de maneira espiralada é o método mais eficiente para caçar, sem desperdício de energia.
A habilidade de se ver a espiral da vida dançando a Akasha na forma material, tem a ver com a beleza e a simetria na natureza. O poeta William Blake certa vez disse: “O universo vegetal se abre como uma flor vinda do centro da Terra, de onde está a eternidade. Expande-se das estrelas até a concha terrestre e ali encontra-se com a eternidade novamente, tanto interna quanto externamente”.
O estudo de padrões na natureza não é algo muito comum no ocidente, mas na China antiga essa ciência era conhecida como “Li”. Li reflete a ordem dinâmica e os padrões na natureza. Mas não foi concebida como um padrão estático, congelado ou imutável, como um mosaico. É um padrão dinâmico como o incorporado em todas as formas de vida.
As artérias das folhas, as marcas de uma tartaruga e os padrões venosos em rochas são todas expressões da linguagem secreta da natureza e da arte. O labirinto é um dos muitos padrões de Li. É encontrado nas estruturas de corais, em cogumelos como o morel, repolhos e até no cérebro humano.
A estrutura celular é outro padrão comum na natureza. Existe uma miríade de diferentes estruturas celulares mas todas possuem uma ordem similar definida por seu propósito e função. É fácil nos fascinarmos com o constante jogo de formas, mas o mais interessante é que certas formas de arquétipo parecem estar entrelaçadas no tecido de toda a natureza.
O padrão de ramificações é outro padrão de Li ou padrão arquétipo, observado facilmente em todos os níveis e em todas as escalas de fractais. Os galhos de árvores, os sistemas ramificados de bacias hidrográficas e os raios são desse padrão.
Um supercomputador similou uma imagem mostrando a distribuição da matéria escura em nosso universo, imagem que ficou conhecida como Millenium Run. Foi criada pela Sociedade Max Planck, na Alemanha. A matéria escura é, basicamente, o que achávamos ser espaço vazio. A imagem é como um sistema nervoso invisível que percorre todo o universo. O universo é, literalmente, como um cérebro gigante. Está constantemente pensando, usando um tipo de energia escura ou oculta, a qual a ciência está apenas começando a compreender.
Através dessa imensa rede, uma quantidade inacreditável de energia se move proporcionando o impulso para a expansão e o crescimento do universo.
A natureza é capaz de criar padrões de ramificação automaticamente, caso criemos as condições mínimas necessárias. A natureza é uma máquina geradora de arte ou um motor criador da beleza. Podemos usar a eletricidade, por exemplo, para gerar ramificações de cristais de prata. Os cristais se formam no catodo de alumínio, quando os íons se depositam via eletrólise da solução de nitrato de prata. A formação cristalizada é auto-organizadora.
Johann Wolfgang Von Goethe disse: “A beleza é uma manifestação das Leis secretas da natureza que de outra maneira, estariam ocultas de todas nós para sempre”. Nesse sentido, tudo na natureza está vivo e se auto-organiza. Quando alta voltagem é usada, as ramificações de fractais se tornam muito mais óbvias, no exemplo da prata.
No corpo humano, estruturas e padrões parecidos com árvores são encontrados por toda parte. Temos, é claro, o sistema nervoso que a medicina ocidental conhece bem, mas nas medicinas chinesa, ayurvédica e tibetana os meridianos de energia são componentes essenciais para a compreensão de como o corpo funciona.
Os Nadis, ou meridianos de energia, formam estruturas parecidas com as árvores. Uma autópsia não revelará os chacras ou nadis, mas isso não significa que não existam. É preciso refinar as ferramentas que usamos para podermos enxergar. Precisamos primeiro aprender a aquietar nossa própria mente. Somente assim poderemos observar essas coisas, primeiro dentro de nós mesmos.
Na teoria elétrica, quanto menor a resistência de um cabo, mais facilmente a energia é carregada através dele. Quando cultivamos a tranquilidade através da meditação, criamos um estado de não-resistência em nosso corpo.
Prâna ou Chi, ou a energia interior são simplesmente sua vitalidade interior. Aquilo que você sente quando traz sua consciência para dentro de seu corpo. Os cabos sutis dentro de seu corpo que carregam o Prâna, os Nadis, são capazes de mover cada vez mais energia prânica através dos chacras.
Quanto mais usar seu cabeamento, mais forte ele se torna, permitindo que a energia flua cada vez mais. Onde quer que a consciência seja alocada, o Chi ou a energia começará a fluir e as conexões físicas começarão a desabrochar.
Dentro do cérebro e do sistema nervoso, os padrões físicos de conexão estabelecem-se através da repetição. Ao focar continuamente sua atenção no interior, e reduzir sua resistência às sensações que está experimentando, você aumenta sua capacidade energética.
No Taoísmo, o símbolo do yin-yang representa a interpenetração das forças espirais da natureza. O Yin-yang não são dois e não são um. O antigo conceito do “hara” é representado por um yin-yang ou redemoinho em espiral. É a força central localizada no abdômen, logo abaixo do umbigo. Hara significa, literalmente, mar ou oceano de energia.
Na China, o Hara é chamado de Dan Tian inferior. Em muitas formas de artes marciais antigas, o guerreiro com um hara forte é considerado impossível de ser parado. Na tradição Samurai, uma das formas de suicídio ritual ou seppuku era o Hara Kiri. Seu significado é empalar seu próprio Hara, cortando assim seu canal de energia ou Chi.
Mover-se a partir desse centro cria-se graciosos e enraizados movimentos, que não vemos nas artes marciais, mas também em grandes jogadores de golfe, dançarinas do ventre, e no giro do sufismo. É o cultivo, focado num ponto, da consciência disciplinada, que é a essência do Hara. A quietude no olho do furacão.
É o instinto de nossas entranhas conectando-se com nossa própria fonte de energia. Uma pessoa com um bom Hara está conectada com a Terra e com sabedoria intuitiva que conecta todos os seres. Pensar com seu próprio ventre, ou hara de kanganasaii, é conectar-se com a sua própria sabedoria interior.
Os antigos Aborígenes Australianos concentravam-se nessa mesma região, logo abaixo do umbigo, onde o cordão da grande serpente arco-íris está enroscada. Uma vez mais, uma representação da energia evolutiva na humanidade.
Não é por acidente, uma mera casualidade, que seja justamente no Hara onde uma nova vida começa, no ventre da mãe.
O sistema nervoso entérico, às vezes chamado de “cérebro do intestino”, é capaz de manter uma complexa matriz de conexões, similar às do cérebro da cabeça, com seus próprios neurônios e neurotransmissores. Consegue agir de maneira autônoma, quer dizer, com sua própria inteligência. Podemos dizer que o cérebro do intestino é uma versão fractal do cérebro da cabeça. Ou, talvez, que o cérebro da cabeça seja uma versão fractal do cérebro do intestino.
Quando um urso sabe onde procurar por ervas, ele segue o movimento de Chi de seus sentidos, centralizado no Hara, ou no abdômen. Essa é a conexão do urso com a cabana dos sonhos: o lugar de onde vem todo o conhecimento, nas tradições indígenas, e retorna a espiral da vida.
Mas como os povos antigos sabiam a respeito da espiral, se a ciência moderna está apenas começando a reconhecer a sua importância?
Pergunte às abelhas, pois elas não esqueceram como amar. Abelhas tem uma conexão especial com a fonte, como parte do sistema simbiótico, auxiliando a beleza e a diversidade florescerem. Elas são a ponte entre o macrocosmo e o microcosmo. Existe apenas um coração que conecta todas as abelhas, uma mente coletiva, se assim preferir. Como um cérebro aberto, a colmeia envia seus sonhos ao mundo, para que possam se manifestar.
Na natureza, muitas criaturas sabem como agir em uníssono, movimentarem-se como um só espírito, numa única direção.
Mas nem todas as espécies beneficiam umas as outras. Por exemplo, o gafanhoto devorará tudo que estiver em seu caminho. Um gafanhoto não tem como agir a não ser como um gafanhoto, não tem outra opção. Jamais fará mel ou polinizará plantas como as abelhas fazem. O comportamento de um gafanhoto é rígido.
O ser humano é único nesse sentido: podemos agir como uma abelha ou como um gafanhoto. Somos livres para mudar e manipular os padrões que interagimos com o mundo. Podemos viver em simbiose ou como um parasita.
Atualmente, os humanos tentam compreender a espiral com a mente racional, mas o ato de pensar nunca foi o que nos conectou com a espiral da vida.
Sempre estivemos conectados com a espiral da vida.
O pensamento foi o que nos tem mantido na ilusão da separação, dentro de nossas próprias identidades.
O pensamento é a criação da separação. A experiência da limitação.
Quanto mais nos alinhamos com o pensamento, mais nos distanciamos da fonte.
As culturas antigas menos alinhadas com o pensamento, se alinhavam mais com a espiral, de maneira mais direta e pessoal do que fazemos hoje em dia.
Na Índia antiga, a Kundalini é a representação de nossa própria energia interior, a qual se move ao longo da coluna vertebral, num padrão de serpente ou hélice.
Nas antigas tradições yogues da Índia, os mundos internos das pessoas daquela época se comparavam aos das culturas alinhadas com o Hara. Equilibrar a força da espiral com a quietude de observar sua própria consciência é alinhar-se com seu pleno potencial evolutivo. É florescer como um ser único e multifacetado ao qual você foi projetado para ser.
“Ida” - o canal feminino ou canal lunar, está conectado com o lado direito do cérebro.
“Pingala” - o canal masculino ou canal solar, está conectado com o lado esquerdo do cérebro.
Quando estes canais estão equilibrados, a energia flui até um terceiro canal:
“Sushumna” - no centro da coluna vertebral, energizando os chacras e desbloqueando nosso pleno potencial evolutivo.
A palavra “chacra” é uma antiga palavra em sânscrito que significa roda de energia.
“Kundalini” é nada mais que a espiral primordial que, como em uma dança, faz com que sua vida humana exista.
É um tipo de energia diferente da que normalmente conhecemos. É como uma ponte da “matéria bruta” até as energias mais sutis. Você é essa ponte.
A Kundalini não é uma energia que pode ser forçada pela vontade, esforço e fricção. É similar a cultivarmos uma flor. Tudo o que podemos fazer como bons jardineiros, é preparar o solo e as condições adequadas, e permitir que a natureza tome seu rumo.
Se você forçar uma flor a florescer prematuramente, você a destruirá. Ela cresce com sua própria inteligência, com sua própria direção de auto-organização.
A mentalidade egóica que foca no mundo exterior é que impede você de experimentar sua verdadeira natureza vibratória interior.
Quando a consciência é voltada para dentro, ela se assemelha aos raios do Sol e a lótus interior começa a crescer.
Conforme a Kundalini desperta em nosso interior, começamos a perceber os sinais da espiral em todas as coisas. Em todos os padrões internos e externos. Essa espiral é o elo entre nossos mundos internos e nossos mundos externos.
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