quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

A Inteligência Espiritual nos Negócios


Há aproximadamente 200 anos surge o capitalismo tal qual é hoje, utopicamente um sistema perfeito – como também o socialismo - cuja única imperfeição é que seria realizado por seres imperfeitos.

E, assim, o sistema, ao invés de beneficiar a economia como um todo e a todos os que dela participam, passou a ser a busca desenfreada pelo lucro imediato e para alguns... os capitalistas que detêm o capital.


Com isso, criou-se uma cultura corporativa destituída de significado e de valores mais profundos e espiritualizados.

Nós apenas queremos mais dinheiro. Mas para quê? Para quem?

Trabalhamos apenas para consumir mais.

É uma vida sem sentido, que interfere nos códigos de moralidade da sociedade, dos dirigentes empresariais e políticos e dos seus colaboradores e clientes.

Afeta a produtividade e a criatividade. E também afasta dos negócios preocupações mais amplas com o meio ambiente, a comunidade, o planeta e a sustentabilidade.

O mundo corporativo é um engano destrutivo porque falta uma estrutura de significado, valores e propósitos fundamentais. Há uma profunda relação entre a crise da sociedade moderna e o baixo desenvolvimento da nossa Inteligência Espiritual.

As pessoas espiritualmente inteligentes podem beneficiar as corporações, porque querem sempre fazer mais do que se espera delas. Algo para além da empresa – pensam sempre no coletivo antes mesmo de si mesmas. Quem trabalha unicamente por dinheiro não faz o melhor que pode.
Empresas que trabalham em desenvolver espiritualmente os funcionários, a produtividade aumenta porque eles ficam mais motivados, mais criativos e menos estressados. As pessoas dão tudo de si quando se procura um objetivo mais elevado. Se as organizações derem espaço para as pessoas fazerem algo mais, se souberem desenvolver em cada indivíduo a sua Inteligência Espiritual, terão mais resultados e mais rapidamente.

Os líderes espiritualmente inteligentes são os que atuam inspirados pelo desejo de servir, são responsáveis por trazer visão e valores mais elevados aos demais e por mostrar como usá-los. São pessoas que inspiram as outras e têm perspectivas amplas.

Desenvolvemos o Qociente Espiritual (QS) procurando mais o porquê de cada ato ou decisão e as conexões entre as coisas, trazendo à consciência as reais razões sobre o sentido delas.

Tornamo-nos mais reflexivos, conscientes de nossos motivos, assumindo responsabilidades, sendo honestos conosco mesmos e mais corajosos porque mais éticos.

Tornamo-nos mais conscientes de onde estamos, quais são as nossas motivações mais profundas. Identificamos e eliminamos mais facilmente obstáculos. Examinando as numerosas possibilidades, comprometemo-nos com um caminho e permanecemos cientes de que são muitos os caminhos.

Pessoas espiritualmente inteligentes, procuram desenvolver em si mesmas e nos próximos, qualidades como:

* praticam e estimulam o autoconhecimento profundo;
* são levadas por valores. São idealistas;
* têm capacidade de encarar e utilizar da adversidade;
* são holísticas;
* celebram a diversidade;
* têm independência;
* perguntam sempre "por quê?";
* têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo, social e coletivo;
* têm espontaneidade; e,
* têm compaixão, o que envolve, ao mesmo tempo, paciência e resiliência

Estudos sugerem que os líderes carismáticos, que desenvolveram a inteligência espiritual, demonstram esforços, sacrifícios e riscos pessoais em prol da organização e dos seus seguidores e tendem a induzir mais elevados níveis de esforço e de empenho nas pessoas.

Líderes espiritualizados incluem aquilo a que os psicólogos chamam "independência do campo" e possuem uma facilidade para trabalhar contra as convenções. Isso quer dizer ser capaz de estar contra a multidão, o politicamente correto, defender uma opinião impopular, se isso for aquilo em que acredita profundamente.

Ao contrário da inteligência comum, que é linear, lógica e racional, a Inteligência Espiritual (QS) não se pode quantificar, o que dificulta o recrutamento e seleção de pessoas espiritualmente inteligentes para as empresas, bem como avaliar os resultados de programas de desenvolvimento do Quociente Espiritual.

Mesmo assim, creio eu, que em um mundo ideal, se tivéssemos lideres corporativos empenhados em desenvolver a cultura da Inteligência Espiritual (QS) em suas empresas, bem como políticos preocupados com o bem-estar do próximo e um sistema educacional que buscasse mais o social, o coletivo e a sustentabilidade, mais o compartilhar, mais desenvolver talentos individuais que introduzir velhos padrões e conhecimentos sem considerar as individualidades de cada um, certamente viveríamos num mundo onde os valores seriam outros.

E seríamos todos mais felizes...

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