sábado, 2 de novembro de 2019

A Medida da Evolução

Costumamos avaliar o grau de evolução de uma civilização de diversas formas: politicamente, tecnologicamente, socialmente, culturalmente, pelo sistema de educação, economia, segurança etc.

Falando em termos de espiritualidade, não interessa a área de atuação, a evolução de uma civilização se mostra mediante o movimento para a unidade do conjunto de indivíduos, não pelo separativismo. 

Demonstramos separativismo pela inclinação e insistência pelas comparações, pela necessidade constante de caracterizar algo como melhor e pior, superior ou inferior, bom ou mau. Essa polarização que, mundialmente, expressamos. 

Não vamos cometer o engano aqui de defender ou atacar ideologias criadas utopicamente pela humanidade, afinal, tanto o socialismo como o capitalismo em teoria são perfeitos, mas na prática, não se demonstraram ainda capazes de satisfazer as necessidades da humanidade por um simples detalhe: ambos os sistemas tem que ser praticados pelos homens, que, imperfeitos, não conseguem deixar de lado suas conveniências pessoais e abusam para obter mais dinheiro, mais poder, mais influência... falta consciência do outro.
Mas, não é disso que trato aqui, de ideologias políticas ou econômicas. Mas de evolução espiritual.

A grande Verdade é que Deus é Um, em seus três aspectos, Somos Todos Um com esse Deus Uno. A Unidade é a Verdade. A separação é a ilusão. E enquanto uma sociedade se considere separada (ou algumas) vive na ilusão.

Construimos a vida em nosso planeta baseados na concorrência, apoiados na dualidade.

Pensamos que somos separados dos outros, nossas famílias separadas das outras, nossas cidades separadas, com países separados e diferentes, formando um mundo separado... separado até de outros mundos... Muitos imaginam que somos a única inteligência no universo, no melhor país do planeta, que nossa cidade é a melhor, bem como nossa família é a mais maravilhosa... e pensamos ser o melhor de nossas famílias, ou pelo menos agimos como se pensássemos...

Estes pensamentos se refletem a cada dia nas decisões sociais, políticas, religiosas, econômicas, nas decisões individuais de amizade ou amor, no sistema de crenças e na nossa relação com a divindade. 

Sentimo-nos separados de Deus, como se isso fôsse possível...

Negamos a veracidade de nossa própria existência ignorando-a, vendo-a distorcida, distraindo-nos com o que devemos ser e fazer para ser diferente e melhor.

Vivemos separados de nossa Verdade. Observamos o óbvio que nem pode deixar de ser notado e depois negamos o que vimos. 

É uma autonegação!

Passamos a vida negando O Que Somos.

Como se não bastasse negar o que acontece ao nosso redor - a fome, miséria, violência, o tratamento que damos ao planeta e aos outros reinos da natureza, aos jovens e aos idosos - negamos também tudo o que vemos em nosso interior.

Temos bondade e compaixão, mas as negamos. Temos sabedoria, mas reagimos e a negamos. Temos possibilidades infinitas de opções, mas negamos. Até mesmo vivenciamos a divindade em nós, Deus em nosso interior, mas negamos também. Neste ponto, talvez alguns digam que não negam a Deus, mas se lhes perguntar se admitem serem deuses, gaguejarão. E negarão a Deus.

Vivemos imersos na ilusão, em busca de algo "melhor", distraídos, buscando felicidade momentânea, prazer de alguma forma. 

O Mestre sabe que a negação é para aqueles que escolhem ter a ilusão de continuar polarizando, separando, com medo de mudanças, vendo e não enxergando...

A aceitação é para aqueles que escolhem que agora termine sua ilusão.

Aceitação, proclamação e demonstração. Estes os três passos na direção da divindade, da consciência una. A aceitação de Quem e O Que Somos realmente. A proclamação disto para todos e a demonstração através das ações... Demonstrar que Somos Um com Deus, da mesma forma que demonstramos agora como somos separados de tudo e de todos.

É certo que, quando aceitamos este desafio interior de Sermos Um com Deus e Com Tudo, outros nos negarão. No momento que disser uma Verdade divina, outros proclamarão sua ofensa. Adorado e injuriado, elevado e denegrido, honrado e crucificado, porque enquanto para estes que aceitaram a divindade o ciclo terminou, aqueles que vivem na ilusão do certo e errado, da razão, da negação, da polarização, do melhor e pior, estes não saberão o que pensar sobre você.

Mas aquele que aceita sua divindade sabe que só sua experiência da ilusão terminou. Compreende que a experiência continua e seu papel com o outro, dirigindo-o à sua própria divindade.

Quando uma massa significativa da humanidade atingir este estado, aí então o consciente coletivo e o inconsciente coletivo se elevarão... e com isto a polarização, a separação e a negação deixarão de existir.



Nenhum comentário:

Postar um comentário