quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O corpo fala


As tradições orientais ensinam que a evolução humana se dá de dentro para fora. E é com base nessa crença que a medicina oriental, diferentemente da nossa, procura buscar a causa das doenças, não suas consequentes manifestações no corpo físico.

Nossas tradições médicas ocidentais, baseadas na observação científica das enfermidades, procuram, usualmente através de drogas químicas ou intervenções cirúrgicas, atuar nos efeitos físicos, sem dar muito valor as causas.

O corpo físico é um instrumento de manifestação das emoções, da razão e também do espírito, além de ser um observador atuante e sensitivo do mundo exterior.

Como instrumento das consciências emocionais, mentais e espirituais, ele acaba por ser a expressão de todos os desequilíbrios das consciências superiores a ele, naquilo que chamamos de doença.

Talvez as doenças, por nós tão indesejadas tenham um papel mais importante do que simplesmente nos causar medo: são expressões de alerta de que alguma coisa anda desequilibrada nos veículos superiores de manifestação.

Precisamos estar mais atentos a esse aspecto para a cura integral.

Não trate apenas dos sintomas, tentando eliminá-los sem que a causa da enfermidade seja também extinta. A cura real somente acontece do interior para o exterior.

Sim, diga a seu médico que você tem dor no peito, mas diga também que sua dor é dor de tristeza, é dor de angústia.

Conte a seu médico que você tem azia, mas descubra o motivo pelo qual você, com seu gênio, aumenta a produção de ácidos no estômago.

Relate que você tem diabetes, no entanto, não se esqueça de dizer também que não está encontrando mais doçura em sua vida e que está muito difícil suportar o peso de suas frustrações.

Mencione que você sofre de enxaqueca, todavia confesse que padece com seu perfeccionismo, com a autocrítica, que é muito sensível à crítica alheia e demasiadamente ansioso.

Muitos querem se curar, mas poucos estão dispostos a neutralizar em si o ácido da calúnia, o veneno da inveja, o bacilo do pessimismo e o câncer do egoísmo. Não querem mudar de vida.

Procuram a cura de um câncer, mas se recusam a abrir mão de uma mágoa que os consome.

Pretendem a desobstrução das artérias coronárias, mas querem continuar com o peito fechado pelo rancor e pela agressividade.

Almejam a cura de problemas oculares, todavia não retiram dos olhos a venda do criticismo e da maledicência.

Pedem a solução para a depressão, entretanto, não abrem mão do orgulho ferido e do forte sentimento de decepção em relação a perdas experimentadas.

Suplicam auxílio para os problemas de tireóide, mas não cuidam de suas frustrações e ressentimentos, não levantam a voz para expressarem suas legítimas necessidades.

Precisamos olhar mais para dentro de nós mesmo e sermos mais atentos as nossas emoções e pensamentos.

O perigo não é o que entra pela boca, mas o que sai dela.

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