Vivemos
num mundo onde estamos frequente e incessantemente trocando energias,
com o meio e com as pessoas em todos os níveis.
Sem
consciência desse fato, a maioria de nós provocamos, forçada e
inconscientemente, essa troca de energia com as pessoas mais
perto de nossos sentidos.
Podemos
chamar a isso de dominação, jogo de poder, controle, drama de
controle, medo e tantos outros nomes.
O
importante talvez seja trazermos à consciência o mecanismo para
ficarmos mais atentos.
Quantas
vezes nos tornamos defensivos diante de uma pessoa recém conhecida
ou, ainda mais frequente, com pessoas com comportamentos já
conhecidos?
Tendemos
a nos afastar e separar das pessoas ou pelo fato de não conhecê-las
ou por conhecê-las demais. Essa
é uma maneira de controlar pessoas e situações, visando trazer a
energia e atenção dela para si.
Criamos
na cabeça um “drama” durante o qual nos isolamos e parecemos
misteriosos e cheios de segredos incontáveis. Justificamo-nos
dizendo a nós mesmos que estamos sendo cautelosos, mas o que
esperamos na verdade é que alguém seja atraído para esse drama e
tente imaginar o que se passa. E quando atraímos alguém,
permanecemos vagos e distantes, obrigando a pessoa a lutar para cavar
e discernir seus sentimentos.
Quando
a pessoa faz isso, ela dedica toda a sua atenção e transmite sua
energia a Você.Vamos
lembrar nesse ponto das qualidades da mente: foco, intensidade e
duração.Quanto
mais prendermos a atenção da pessoa em nosso “drama de controle”,
mais foco ela terá, com mais intensidade e duração.Quanto
mais Você consegue mantê-la interessada e confusa, mais energia
Você recebe.
Infelizmente,
provocando esse distanciamento, mais distante do UNO se está e sua
vida tende a evoluir muito devagar, já que tendemos a repetir esse
comportamento seguidas vezes, sem permitir o novo, sem aprender nada,
sem transmutar nada.
O
primeiro passo no processo de mudança desse comportamento é trazer
nosso “drama de controle” pessoal à consciência.
Nada
pode prosseguir enquanto não olharmos de fato para nós mesmos e
descobrirmos o que estamos fazendo para manipular os outros, buscando
sua energia.
Temos
que voltar ao passado, ao centro de nossa vida familiar e observar
como se formou esse hábito, lembrando que a maior parte dos membros
de nossa família tinha seu próprio “drama de controle” para
extrair nossa energia quando crianças. por isso mesmo, criamos
nossas defesas, como estratégia para recuperar nossa energia.
Podemos
buscar ajuda nisso, através de terapias, psicologia, constelações
familiares ou outros métodos, para nos distanciar dessas estratégias
de controle e, assim, ver com clareza o que realmente acontece.
Precisamos
reinterpretar nossa experiência familiar de um ponto de vista mais
evolutivo, espiritualizado, primeiro entendendo como se formou nosso
“drama”.
Pense
nos seus pais e como os vê. Sei que vai dizer das qualidades deles
em primeiro lugar. Mas, eles podem ter sido muito crítico… nada do
que Você fazia estava correto ou bom…esse é um caso típico.
É
muito comum que os pais desse tipo, numa conversa qualquer, ficassem
procurando algum ponto errado em suas respostas e, tão logo
descubram, cessavam a conversa e esse ponto passava a ser explorado.
E você se sentia desenergizado e triste. Procurava mesmo evitar
conversar mais ou dizer alguma coisa de errado a mais.
E
assim a gente se tornou vago e distante, tentando dizer aos nossos
pais coisas de um modo que chamasse a atenção, mas não revelasse
fatos a serem criticados.
Nesse
caso, nossos pais eram os interrogadores, buscando encontrar falhas
em nós para apontarem e focarem no negativo.
O
Interrogador é outro típico caso de “drama de controle”.
O
interrogador procura através de perguntas sondar o mundo de outra
pessoa, com o propósito de descobrir algo de errado. Assim que
descobrem, criticam esse aspecto e exploram esse ponto visando
intimidar a outra pessoa, que passa a prestar atenção no
interrogador para não fazer mais nada de errado que ele perceba. A
deferência psíquica dá ao interrogador a energia que ele precisa.
Todos
nós manipulamos em busca de energia.
Alguns
de forma mais agressiva e direta, forçando as pessoas a prestarem
atenção nelas, outros de forma passiva, talvez até com simpatia ou
jogando com a curiosidade das pessoas visando chamar a atenção.
Se
alguém o ameaça, então, por medo até, Você é forçado a prestar
atenção nele.
Mas
há também as pessoas que passivamente se vitimizam, sofrem e adoram
transmitir seus sofrimentos, prendendo a atenção das pessoas com
dramas pessoais infindáveis. É o chamado caso de “coitadinho de
mim”.
Alguns
livros classificam os personagens dramáticos de intimidador,
interrogador, distante e coitadinho de mim. O ego cria personagens
para obter energia alheia.
As
pessoas distantes acabam criando interrogadores. E os interrogadores
tornam as pessoas distantes. Os
intimidadores criam os coitadinhos de mim ou outro intimidador. E
é assim que os nossos próprios dramas de controles se eternizam.
É
fácil identificar nos outros esses dramas, mas é preciso aprender a
reconhecer os nossos próprios.
Precisamos
transcender essa ilusão para nos libertar dessas amarras e deixar de
viver nessa inconsciente busca de energia.
Podemos
encontrar um sentido mais elevado em nossas vidas, para termos
nascido em uma determinada família.
E
devemos começar a esclarecer quem de fato somos.
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